domingo, 22 de maio de 2011

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Saiba como evitar aparecimento e amenizar efeitos de cravos e acne

Doença de pele atinge cerca de 80% da população entre 11 e 30 anos de idade




Acne é uma doença comum da pele que provoca espinhas quando os folículos pilosos, que se encontram sob a pele, se tornam obstruídos. A maioria das espinhas aparece na face, pescoço, costas, peito e ombros. Pessoas de todas as raças e todas as idades podem ter acne, entretanto ela é mais comum em adolescentes e adultos jovens. Segundo o National Institute of Arthritis and Musculoskeletal and Skin Diseases (Instituto nacional de artrite e doenças osteomusculares e de pele norte-americano) calcula-se que 80% das pessoas entre 11 e 30 anos tenham espinhas em algum momento. Ainda assim, outras começam a apresentá-las após os 40 ou 50 anos. Acne não é grave, mas pode deixar cicatrizes
Saiba como evitar aparecimento e amenizar efeitos de cravos e acne - Foto: Getty Images
Ninguém sabe exatamente o que provoca esta lesão. É provável que as alterações hormonais, tais como aquelas que ocorrem durante a adolescência ou a gravidez, têm alguma ligação com sua incidência, mas ainda existem muitos mitos sobre as causas da acne. O histórico familiar, por exemplo, pode ter relação com o aparecimento deespinhas ou não. Se a sua mãe ou seu pai tinham muitos problemas com acne, provavelmente você pode ter também. "Entretanto, o fator genético não é determinante", explica o dermatologista do Hospital Albert Einstein, Mário Grinblat.

O sistema imunológico também desempenha um papel. Algumas pessoas são sensíveis às bactérias que ficam presas no interior do folículo piloso, sendo mais propensas à inflamação que causa a espinha. Na maioria das pessoas a acne tende a desaparecer até os 25 anos, mas isso pode continuar por muito tempo na vida adulta. "Casos de lesões na terceira idade são cada vez mais comuns e refletem o caos da vida moderna: estresse e preocupação aumentam a secreção sebácea de qualquer indivíduo", completa. 
Saiba como evitar aparecimento e amenizar efeitos de cravos e acne - Foto: Getty Images
Portanto, o estresse não causa acne, mas pode piorá-la. Outros motivos que muitas vezes podem piorar o quadro são: uso de maquiagem ou protetor solar oleoso, óleo bronzeador e produtos para o cabelo sem enxágue, alterações hormonais durante a menstruação, contraceptivos orais e alguns medicamentos, além de espremer ou molestar as erupções na pele e esfregá-las com força.

Com frequência se culpa o chocolate e alimentos gordurosos, mas na maioria dos casos há pouca evidência de que a comida tenha algum efeito sobre a acne. Outra crença comum é a de que a pele suja pode favorecer o aparecimento de lesões, mas saiba que cravos e espinhas não são causados pela sujeira. Abaixo estão algumas maneiras de cuidar da pele e conviver com a acne numa boa:

- Lave a pele suavemente e sem exagero 
Ainda que ajude a remover impurezas como o pó e a oleosidade dos poros, lavar o rosto em excesso pode levar à secura e irritação, ocasionando mais erupções. É aconselhável que você evite esfregar a pele do seu rosto, pois isso pode irritar a pele. Como regra geral, lavar o rosto duas vezes ao dia com sabão neutro e exercícios na água em um movimento circular e enxugue quando você está feito.  
- Evite tocar sua pele 
Espremer uma espinha pode aparentar que tenha desaparecido temporariamente, no entanto, removê-la pode fazê-la ficar por mais tempo. Quando você aperta e tenta extrair uma espinha, pode estar empurrando ainda mais profundamente as bactérias para dentro da pele, causando inchaço e irritação e cicatrizes vermelhas ou marrons.

- Faça a barba com cuidado 
Se você usa lâmina, certifique-se de que é afiada e não está enferrujada. Lave o rosto com água e sabão antes de colocar o creme de barbear, isso vai ajudar a amaciar a barba. Raspe suavemente e somente quando necessário;

- Evite ficar no sol 
Muitas medicações para acne podem causar queimaduras em algumas pessoas. Estar ao sol por muito tempo pode causar rugas e aumentar o risco de câncer de pele. Embora um bronzeado possa, temporariamente, mascarar as espinhas, o sol pode causar ressecamento e irritação da pele resultando em sucessivos surtos de acne no futuro;

- Lave o cabelo regularmente 
Se você tem cabelos oleosos, deve lavá-los todos os dias. 

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Homens também se preocupam com a própria imagem

Cada vez mais eles aderem aos tratamentos estéticos



O homem moderno cuida mais de sua imagem pessoal. Lhe agrada sentir-se desejado pelo sexo oposto e admirado por seus pares. Cada dia mais os homens procuram as academias de ginástica, centros de estética e SPAs, além dos consultórios médicos para melhoria de suas peles, saúde e aparência. A calvície, a obesidade e flacidez corporal e acne são as principais preocupações estéticas masculinas.

Algumas diferenças fundamentais entre a pele masculina e feminina devem ser salientadas:

- A derme e epiderme dos homens são 24% mais espessas e o extrato córneo (camada que proteje a pele mais externamente) tem mais camadas;

- Proporcionalmente possuem mais número de fibras colágenas e menos elastina;

- O biotipo cutâneo se define a partir dos 18 anos e declina aos 60 anos;

- As glândulas sebáceas e sudoríparas são mais abertas e maior número;

- Os orifícios pilo sebáceos são mais dilatados;

- Têm o filme hidrolipidico mais abundante devido a influencia dos hormônios masculinos como andrógeneos;

- Por causa dos andrógeneos é comum que sofram mais de acne e alopécia (queda de cabelos e calvície).
A pele acneica:
O tratamento da pele acneica masculina consiste :

Higienização com espuma de limpeza e acido glicólico 4%
Dermoabrasão com peeling de cristal ou diamante ou sabonetes esfoliantes
Pincelar com acido glicólico a 15% e neutralizar com água e leite de aveia associado aos óleos essenciais
Extração dos comedões abertos e assepsia (limpeza da pele)
Máscara descongestiva por 15 minutos
Protetor solar em base gel para evitar a oleosidade

Os cuidados em consultórios e clinicas serão particularizados após terem sido classificados em graus e seqüelas da acne, ou seja, o profissional determinará a necessidade ou não de uso de antibióticos orais, peelings químicos, antissépticos, laser e ate a isotretinoina, conhecida como roacutan.
Stress, depressão, ansiedade produzem uma queda imunológica com perda de nutrientes e diminuição da irrigação capilar.
Alopécia:
Cabelos, assim como a pele, são muito importantes para imagem do homem. Estes se sentem menos atraentes com a perda dos cabelos.

Alem dos fatores androgênicos, os emocionais como stress, depressão, ansiedade produzem uma queda imunológica com perda de nutrientes e diminuição da irrigação capilar tendo como conseqüência a queda e morte precoce do folículo piloso. Nestes casos é que se recomenda uma boa alimentação a base de frutas e verduras.

A alopécia androgênica pode se manifestar se depois da adolescência pela participação da testosterona e da 5 alfa redutase e 5 alfa dihidrotestosterona que tem sítios de união na raiz do cabelo e em toda área frontal da cabeça dos homens. O cabelo então não tem força e cai. Assim , o mais adequado é que se consulte o medico que avaliará substancias que poderão bloquear estes hormônios. O tratamento basea se nas causas. A opção clinica incluímos:

Mesoterapia: injeções intradermicas de substancias que promovem um aumento da circulação do folículo pilos e estimulo direto para crescimento destes
Aplicações de medicamentos tópicos com este mesmo fim
Uso de medicamentos orais comprovadamente eficazes para diminuição de queda e da seborréia
Carboxiterapia: infusão de gás anidrocarbonico que promove uma maior capilarizaçao do folículo piloso

A opção cirúrgica mais eficaz é o microtransplante capilar. Uma cirurgia simples de riscos mínimos e os cabelos transplantados permanecerão por toda vida.
Conselhos para cuidar dos cabelos:
Lavá-los com freqüência
Não usar gel
Aplicar shampoo adequado para cada tipo de cabelo
Se usar secadores, utilize os de temperaturas mais baixas
Evitar tinturas
Cortar os cabelos regularmente para ter uma higienização mais adequada
As massagens capilares podem modificar a informação genética da raiz do cabelo. Porém, não se tem certeza que a massagem capilar contribui efetivamente para deter a queda de cabelos por causas emocionais e que ative a irrrigação sanguínea do couro cabeludo. 

Informe-se - Pele Oleosa



Os 9 segredos indispensáveis para controlar a oleosidade da pele

Cuidados com a maquiagem; os sabonetes e o corte de cabelo para acabar com o problema.



Quem tem pele oleosa sabe o drama que é controlar o excesso de brilho. Lavar o rosto várias vezes durante o dia, passar lencinhos umedecidos e produtos adstringentes são algumas das medidas preventivas mais comuns.

Mas qual delas realmente funciona? "É preciso prestar atenção no tipo de sabonete que você usa, na composição da maquiagem e até no seu corte de cabelo" , afirma o dermatologista Ademir Junior, da Sociedade Brasileira de Medicina Estética.

A seguir, a especialista explica tudo o que você precisa fazer para proteger a pele contra o excesso de oleosidade e, consequentemente, ficar longe de cravos e espinhas, além de evitar aquele aspecto brilhante que derrete qualquer maquiagem.

1. Na hora do banhoO primeiro cuidado é regular a temperatura da água. Muito quente, ela remove a oleosidade natural da sua pele, incentivando o organismo a produzir mais sebo. Resultado: oleosidade de sobra. Prefira água morna ou fresca. A escolha do sabonetetambém é importante: use produtos específicos para o rosto, que também não agridem a pele desta região. Algumas marcas, inclusive, dispõem de opções específicas para cada tipo de pele.

2. Maquiagem
O uso do pó é comum entre as mulheres que têm vergonha do brilho excessivo, produzido pelas peles oleosas. Desde que você tenha o hábito de limpar corretamente a pele, com uma espuma de limpeza e uma loção adstringente, pode usar maquiagem sem medo. Se possível, busque produtos que são desenvolvidos para pele oleosa, ou seja, que não incentivam a produção de sebo. Também peça por opções com o chamado efeito mate, que dão aspecto mais seco.
Pele oleosa - Getty Images
3. Lencinhos umedecidos
Eles até aliviam aquela sensação pegajosa, mas não resolvem a oleosidade. A ação é restrita ao alívio do desconforto. Pode haver, inclusive, um aumento da oleosidade, caso seu lencinho contenha produtos que desgastem a pele. Prefira andar com um pouco de loção adstringente e lenços de papel ou plaquinhas de algodão, eles são úteis quando não é possível lavar o rosto.

4. Franja no rosto
A oleosidade dos cabelos e do couro cabeludo acaba prendendo-se à testa e ao rosto. Além disso, o cabelo abafa a pele, que acaba com dificuldade de respirar. Evite cortes que deixam o cabelo em contato com o rosto ou, se for o caso, mantenha os fios presos na maior parte do tempo.

5. Efeitos da poluição
Os agentes poluentes facilitam a inflamação da pele, gerando problemas como a acne. Vale lembrar que o próprio óleo em excesso já apresenta esta propriedade, assim como a poluição, individualmente. Somando os dois, portanto, teremos maior inflamação cutânea.

6. Proteção contra o sol
Você nunca deve dispensá-la, mas precisa usar protetores específicos para o rosto compele oleosa, com FPS 30 no mínimo. Em geral, esses produtos vêm em forma de gel, gel-creme ou fluido (escolha aquele cuja consistência agrada mais). As fórmulas são pensadas não só para formar uma barreira contra os raios ultravioletas, mas também para tratar a oleosidade da pele, evitando que o problema aumente. O sol, aparentemente, pode até melhorar a oleosidade da pele, mas não tem nenhum efeito redutor como muitos pensam.
7. O mito do chocolate
A Ciência ainda não dispõe de um veredicto a esse respeito. Enquanto muitos estudos dizem que o consumo de chocolate não tem nada a ver com o aumento da oleosidade, outros apontam a quantidade de gordura presente na composição como um fator desencadeante para o problema. Na prática, o dr. Ademir recomenda que você preste atenção no próprio metabolismo e observe se o consumo causa alguma mudança na sua pele.

8. Ar condicionado
Quando o tempo esquenta, fica difícil escapar dele. O problema é que o ar condicionado, por ressecar o ambiente, ajuda na desidratação da pele. Com isso, há o aumento na produção de óleo, como uma reação natural do seu organismo para tentar reduzir a perda desta água. Hidrate-se bastante, com água e sucos naturais, que o efeito do aparelho tende a ser menos nocivo sobre sua aparência.

9.Antes de dormir
Deixar a pele respirar ou usar produtos específicos? Depois de remover a maquiagem e fazer a limpeza da pele com espuma facial e loção adstringente, o dermatologista recomenda que você aplique uma loção ou um gel que reduza a oleosidade da sua pele. Pela manhã, não se esqueça de retirar o produto, lavando bem o rosto. Durante o dia, a melhor saída é usar um filtro solar próprio para peles oleosas.

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Jejuar está na moda, mas faz bem ?




Condenado pelos médicos e nutricionistas, o jejum tem se tornado popular para limpar o corpo e acalmar a mente
LUÍZA KARAM
 Stefano Martini
LIMPEZA 
A apresentadora Glória Maria, em sua casa, no Rio de Janeiro. Três vezes ao ano, ela passa dez dias sem comer, para eliminar toxinas 
A apresentadora Glória Maria diz que se desespera durante seus períodos de jejum. Três vezes ao ano, ela reserva dez dias para ingerir apenas pílulas com nutrientes, xaropes naturais e chás. Comida mesmo, aquela de encher os olhos, é rigorosamente proibida. Mas o desespero relatado por ela não vem da privação. “Eu me sinto tão bem durante o jejum que fico angustiada quando está para acabar”, diz. Glória não está sozinha em sua opção pela fome autoimposta. Como ela, um grupo cada vez maior de pessoas, no mundo todo, está descobrindo os prazeres e benefícios de fechar a boca durante alguns dias. É o jejum laico. Em vez de almejar o êxtase espiritual ou o perdão divino, ele promete uma espécie de pureza que tem afinidade com o universo místico, mas se expressa na linguagem das dietas e dos processos metabólicos. “O jejum funciona como uma desintoxicação: limpa meu organismo de impurezas para me manter saudável. Tenho mais vontade de trabalhar e meu humor melhora”, diz Glória.
Condenado por médicos e nutricionistas, o jejum está ganhando respaldo até de estudos científicos. As pesquisas sugerem que jejuar diminui os riscos de doenças cardiovasculares, como diabetes e hipertensão. E pode até prolongar a vida. Para os praticantes, a abstinência alimentar é também um grito de liberdade. Eles deixam de viver em função do relógio (afinal, as refeições acabam ditando o ritmo do dia). Prestam mais atenção nos pensamentos do que no estômago. Voltam-se para si. O ator Licurgo Spinola, de 44 anos, faz parte desse grupo. Todo mês, ele jejua por três dias. Só toma água, quase 5 litros por dia. “Desvencilhar-se de situações mundanas, como o horário das refeições, é uma lavagem espiritual”, diz Spinola, que aderiu à prática há três anos, depois de ler a biografia de Mahatma Gandhi. Spinola diz ter descoberto que o líder indiano que fez do jejum uma arma política também usava a prática para curar gripes e resfriados.
Velho como a própria fome, o jejum faz parte do cotidiano de muitas religiões. Os católicos não comem carne vermelha na Sexta-Feira Santa. Os judeus se abstêm de comer seis dias por ano. Os muçulmanos jejuam da alvorada ao anoitecer durante todo o mês do ramadã, o nono mês do calendário islâmico. É uma forma de intensificar a reflexão e a concentração nas orações e de se sacrificar pelo perdão dos pecados. É também uma maneira tradicional de demonstrar devoção. Os adeptos da nova vertente de jejum, porém, subverteram a prática histórica de oferenda e sacrifício, sem eliminar seu caráter de purificação. Apenas a divindade se tornou interior. “Em meio ao cotidiano caótico, mostrar que somos capazes de controlar nossa vida em pelo menos um aspecto é a maneira de criar uma ilha de segurança”, diz o psicanalista Christian Dunker, professor da Universidade de São Paulo.
Na Alemanha, 11 clínicas usam o jejum para tratar doenças que vão de estresse a reumatismo
Ter poder sobre uma necessidade imposta pela natureza é a primeira recompensa dos jejuadores. Ele se manifesta já nas primeiras horas de jejum, quando os praticantes descobrem a diferença entre fome e vontade de comer (e quão inebriante é o cheirinho de qualquer prato de comida). “Percebo que não preciso comer naquele momento, que é só gula”, diz Spinola. O corpo manifesta fome duas ou três horas após a última refeição. Nesse momento, já foi usado todo o estoque de glicose, o combustível básico das células, obtido a partir da quebra de carboidratos. Como o organismo precisa de energia, lança mão de reservas: moléculas complexas guardadas no fígado, o glicogênio. Quando até ele acaba, a opção são as gorduras. O processo de queima de gordura gera substâncias chamadas corpos cetônicos. Eles ajudam a inibir a sensação de fome, mas produzem aquele hálito característico de estômago vazio.
Os praticantes juram que essa é a única desvantagem. “Eu fico menos ansiosa”, diz a professora de ioga Mariana Maya, de 43 anos. Ela diz que começou a fazer jejum porque se sentia irritada sem motivo. Resolveu passar por um sacrifício. E descobriu que ele lhe fazia bem. “Sinto uma paz que nunca havia experimentado. A mente fica mais leve”, diz Mariana, que jejua desde 2006, pelo menos duas vezes por ano. São três dias à base de água. “O jejum me dá equilíbrio físico e mental.”
Guilherme Pupo e Patricia Stavis
SÓ ÁGUA 
O ator Licurgo Spinola e a professora de ioga Mariana Maya. Eles passam três dias apenas bebendo água para relaxar a mente 

Os benefícios da prática já são usados com fins medicinais. Na Alemanha, há pelo menos 11 clínicas que usam o jejum para tratar males que vão de doenças de pele a estresse. Uma das mais famosas fica na cidade de Bad Pyrmont e é mantida pela família do médico Otto Buchinger. Ele teria se curado de reumatismo em 1919 depois de manter uma dieta exclusivamente de sopas e tornou-se o guru do “jejum terapêutico”. “Enquanto jejua, o paciente melhora sua saúde, mas ele terá negligenciado a coisa mais importante se a fome de alimento espiritual, que se manifesta durante o jejum, não for satisfeita”, ele escreveu. Hoje, quem cuida da clínica, que recebe 1.500 pacientes por ano, é Andreas, neto de Buchinger. “O jejum aprimora o funcionamento do corpo”, diz ele. O tratamento completo dura 21 dias (para quem sofre de reumatismo são 28 dias). Quando o paciente chega, são feitos exames de sangue e eletrocardiograma. Depois, médicos preparam um cardápio personalizado. O primeiro dia costuma ser dos vegetais. No dia seguinte, é a vez das frutas, seguidas pelo dia do laxante. O jejum começa depois de os intestinos ficarem vazios. Daí para a frente, só se podem ingerir água, caldo de vegetais, suco e chá.
A ciência já se interessou pelas supostas propriedades curativas e purificadoras do jejum (leia o quadro abaixo). O neurocientista americano Mark Mattson, coordenador do Laboratório de Neurociências do Instituto Nacional de Envelhecimento, é uma das principais referências nessa área. Ele quer desvendar as razões de um fato conhecido há décadas pela ciência. Uma dieta com poucas calorias ou com jejuns periódicos (em que o paciente toma apenas água) parece aumentar em até 40% a duração da vida. Para Mattson, não há nada de estranho nisso. “O genoma humano adquiriu a capacidade de sobreviver a semanas sem comida porque nossos ancestrais primatas viviam em locais onde o alimento era escasso”, diz Mattson. “Nós nos damos ao luxo de fazer três refeições ao dia há menos de 10 mil anos, algo recente em termos evolutivos.”
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Em um de seus estudos mais famosos, publicado em 2003 no jornal da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, Mattson e sua equipe mostraram que ratos de laboratório submetidos a períodos regulares de jejum (comiam 10% menos do que os outros) eram mais saudáveis e se recuperavam melhor de danos no cérebro. Mattson acredita que o jejum tem um efeito protetor sobre as células. Primeiro, porque diminuir a ingestão de alimentos reduz a produção de moléculas residuais que podem se ligar ao DNA e causar erros de funcionamento (doenças). Outra hipótese para explicar o efeito protetor é a célula entrar em modo de emergência na falta de alimento. Ela se prepararia para situações adversas produzindo proteínas. “Essa defesa seria ativada em células do cérebro, do coração, dos músculos e do fígado”, diz ele.
Um grupo de pesquisadores do Instituto do Coração do Centro Médico Intermountain, em Utah, nos Estados Unidos, já teria constatado o reflexo desse efeito protetor sobre seres humanos. Em abril, eles apresentaram um estudo que sugere que jejuar pelo menos uma vez por mês diminui em 58% os riscos de doença nas artérias coronárias, que irrigam o coração. Segundo o cardiologista Benjamin D. Horne, responsável pelo levantamento, os efeitos são resultado da diminuição dos níveis de gordura no sangue. Ele diz acreditar que um dia o jejum periódico ainda será recomendado como tratamento para prevenir doenças coronarianas e o diabetes. Embora essas descobertas pareçam promissoras, ainda é cedo para partilhar o entusiasmo do pesquisador. A pesquisa foi feita com 200 voluntários, entre os quais 180 eram mórmons. Alguns dos preceitos da religião – abster-se de álcool e tabaco – poderiam ser os verdadeiros responsáveis pelos bons índices de saúde.
É necessário cautela com os novos estudos porque muitos outros, anteriores, já sugeriram que o jejum pode trazer riscos para a saúde, como hipoglicemia. Os níveis de glicose ficam tão baixos que ocorre tontura, dor de cabeça, desmaios e convulsões. Na falta de alimento, o organismo pode queimar músculos em busca de energia, o que ocasiona perdas musculares. “Se o jejum durar mais de 15 dias, pode causar queda de pressão e até alterar o ritmo cardíaco”, afirma o cardiologista Carlos Daniel Magnoni, da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Interromper o jejum também é delicado. Ao deparar com uma quantidade de açúcar no sangue que não encontrava há tempo, o organismo pode liberar muita insulina, desencadeando uma crise de hipoglicemia. Além disso, a realimentação provoca grave queda na quantidade de cálcio e fósforo do sangue. “Isso pode levar até à morte”, diz o nutrólogo Celso Cukier, presidente da Sociedade Brasileira de Nutrição Clínica.
No Brasil, não há entidade médica que recomende jejum como dieta ou tratamento de doenças. “A ideia de purificação do organismo pela fome é errada”, diz Cukier. “Não precisamos de medidas drásticas porque já eliminamos os excessos no dia a dia.” Apesar das pesquisas que tentam explicar como o organismo reage à privação de alimentos – e como isso pode ser bom para a saúde –, ainda vai demorar anos para que a ciência chegue a alguma espécie de consenso. Por ora, prestar atenção às quantidades e à qualidade do que ingerimos parece ser a melhor maneira de manter o organismo em equilíbrio.