sábado, 30 de junho de 2012

AMOR X PAIXÃO - PARTE II




Há duas distinções neste embate milenar entre amor x paixão. O amor subdividido e fragmentado em três, ou seja, o amor eros, o amor filos e o amor ágape versus a paixão (e não amor) platônica, a eruptiva e a efêmera.O amor vai além-mar de um mero sentimento; ele, antes de tudo, é o próprio Deus (pois Deus é amor), e por sua vez, o mesmo é ação, e só se torna um real sentimento mediante a passagem da etapa da ação, dos atos, dos fatos, das demonstrações, das obras.

Em todas as esferas, a paixão tem o seu grau de pertinência e precisa ser mesclada ao amor, apesar de que a mesma tem a sua validade e se finda com o passar do tempo, embora o genuíno amor seja duradouro, perene.

É necessário, sobretudo no amor, que a paixão esteja presente, a fim de acalentar e elucidar as bases deste mesmo amor, porém, a paixão propriamente dita não é fator preponderante de sua durabilidade.

O amor rijo e a paixão frágil se coadunam em si mesmos; no entanto, a imponência e supremacia do amor aliado à efemeridade e volúpia da paixão os tornam dependentes um do outro.


Luciano Santos


AMOR X PAIXÃO - PARTE I

 


O amor pode ser eterno, já a paixão é solúvel no tempo. Deve ter sido por isto que o escritor Oscar Wilde afirmou que a única diferença entre um capricho e uma paixão eterna é que o capricho dura um pouco mais.Os seres humanos são programados, pela mãe natureza para se sentirem apaixonados por um período que dura no máximo 30 meses. Ou seja, o tempo suficiente para que o casal se conheça, copule e produza uma criança.


Os Dons Juans e Casanovas de ambos os sexos podem não passar de viciados em paixão. A ciência moderna explica. Quando a pessoa se apaixona, acontecem reações químicas em seu cérebro – uma super-produção de dopa-mina, fenil-etila-mina e oci-tocina – que funcionam como uma droga natural. O apaixonado também tem uma sensação de euforia, devido à liberação de adrenalina. É como se tomasse um energético por hora, tamanha é a sua vontade de viver, de onipotência.


Os efeitos psicológicos da paixão são visíveis e inconfundíveis. É como se o apaixonado tivesse ingerido a pílula da felicidade.Viver a paixão é bom. Mas é preciso pensar muito bem antes de se entregar totalmente, pois a paixão é um sentimento que acontece entre um homem e uma mulher que não se conhecem muito bem.


Os homens parecem ser mais suscetíveis à ação dessas substâncias. Eles se apaixonam mais rápida e facilmente que as mulheres. É graças à intensidade da ilusão romanceada, achamos que escolhemos nossos parceiros.


E, como qualquer droga, com o tempo, o organismo vai se tornando resistente aos seus efeitos – e toda a “loucura” da paixão se desvanece gradualmente – a fase da atração não dura para sempre. O casal, então se vê, diante de uma encruzilhada: ou se separa ou habitua-se a manifestações mais brandas de amor, que incluem companheirismo, afeto e tolerância e permanece junto. 


Isto é especialmente verdadeiro quando filhos estão envolvidos na relação. Ou seja, a paixão quando sair de cena só dará lugar a um amor pleno e sadio se os parceiros tiverem o mínimo de afinidades, como valores, hábitos e interesses similares.