Sete continentes, 134 quatro países, 3.800 cidades. Entre elas, 25 megacidades
 como Londres, Nova Délhi, Mumbai, Buenos Aires, Moscou, Teerã, Istambul, São Paulo 
e Rio de Janeiro. No Brasil, além das duas metrópoles, outras 15 capitais e 91 municípios
 já confirmaram participação na Hora do Planeta, iniciativa da ONG ambiental WWF que incentiva os cidadãos de todas as partes do mundo a apagarem as luzes de suas casas por 
uma hora. O 'flashmob' de economia energética, que procura a conscientização sobre os
 efeitos das mudanças climáticas, acontece neste sábado, das 20h30 às 21h30.
A mobilização mundial, que existe desde 2007, conta com o apoio de celebridades como 
Gisele Bündchen, Ashton Kutcher, Yoko Ono e os jogadores de futebol Francesco 
Totti (Roma), Neymar (Santos) e Lucas (São Paulo), além de especialistas em 
meio ambiente como o venezuelano Juan Carlos Sanchéz, que ganhou o Nobel 
da Paz em 2007, e o secretário geral da ONU, Ban Ki-moon. No Brasil,
 empresas como a Coca-Cola, Banco do Brasil, TIM e HSBC patrocinam 
o evento.
Para o coordenador do Programa de Educação para a Sociedade Sustentável 
da WWF Brasil, Fábio Cidrin, o objetivo da Hora do Planeta é simbólico, mas 
deve servir como reflexão para que as cidades e seus moradores tomem 
medidas concretas. 'Queremos que estes 60 minutos sirvam de reflexão para o 
resto do ano, não só para que as pessoas repensem seus hábitos, mas que os prefeitos priorizes políticas públicas ambientais, como transporte público mais limpo, 
arborização urbana, fomento às ciclovias, entre outros.'
'É um movimento global em que pessoas de mais de 130 países apagarão luzes, 
definindo metas para a preservação da natureza e cumprindo esses compromissos 
durante o ano', disse Denise Hamú, secretária-geral do WWF-Brasil.
Ban Ki-moon defendeu a Hora do Planeta nesta sexta-feira: 'Use 60 minutos de 
escuridão para ajudar a humanidade a ver a luz.'
A visibilidade que a mobilização atingiu, segundo Cidrin, está ligado ao engajamento 
cada vez maior da população na questão ambiental. 'Também deve-se destacar como 
cada país apropria a iniciativa para discutir questões ambientais locais, que nem sempre 
são diretamente relacionadas ao aquecimento global.' O ativista explica que o Brasil, por exemplo, não tem uma matriz energética poluidora, mas a Hora do Planeta pode servir 
para que se repense o desmatamento provocado pelas hidrelétricas. 'Nas Filipinas, a
 iniciativa serviu para discutir a destruição dos recifes de corais, na China, destaca-se a desertificação e as políticas de baixo carbono, e assim por diante.'


A Hora do Planeta começou na Austrália em 2007, quando cerca de 2,2 milhões de
 moradores de Sydney apagaram as luzes de suas casas. Em 2008, segundo a WWF 
Brasil, a iniciativa chegou a outros países e atingiu cerca de 50 milhões de pessoas. 
O Brasil só entrou em 2009.
Neste ano, também será realizado um minuto de silêncio em homenagem às vítimas 
dos principais desastres naturais deste ano, em especial o terremoto do Japão, as 
enchentes na Austrália e Nova Zelândia e as tempestades na região serrana do Rio. 
Por isso, a ideia é que o primeiro minuto da Hora do Planeta seja celebrado em silêncio.
Solenidade. O 'evento âncora' da Hora do Planeta no Brasil será nos Arcos da Lapa, 
no Rio de Janeiro. Às 20h30, a ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira e o 
prefeito do Rio Eduardo Paes vão, simbolicamente, desligar as luzes da cidade. 
Vários monumentos da cidade vão ficar sem energia: Cristo Redentor, Pão de Açúcar, 
Igreja da Penha, Castelinho da Fiocruz e os Arcos da Lapa, entre outros. Após o minuto 
de silêncio, as baterias das escolas de samba Mangueira, Portela, Grande Rio e União 
da Ilha farão uma apresentação especial.
Em São Paulo, pontos emblemáticos como o Obelisco do Ibirapuera, o Estádio do 
Pacaembu, a Biblioteca Mário de Andrade e o Monumento à Bandeira também 
ficam no escuro. Outras capitais brasileiras que participam: Aracaju, Brasília, 
Campo Grande, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Natal, 
Palmas, Recife, Rio Branco, Salvador, Teresina e Vitória.

Por Gustavo Bonfiglioli, estadao.com.br, Atualizado: 25/3/2011 20:35