quarta-feira, 27 de abril de 2011

Reflexão




A disciplina, de qualquer modo, não pode ser vista somente como instrumento de imposição de um comportamento. A verdade é que a disciplina é um forte fator favorecedor do nosso (próprio) sucesso.
Olhe ao redor do seu mundo de amizades. Olhe para seus conhecidos. Olhe especificamente para aqueles que são, de acordo com sua visão, pessoas de sucesso. Você poderá notar que elas não são gênios sobrenaturais. Gênios a humanidade teve poucos.
As pessoas de sucesso são pessoas comuns, semelhantes a nós. Nós também temos capacidade para imaginar o que elas imaginaram. Temos também capacidade para planejar o que elas planejaram. Capacidade para materializar o que elas realizaram. No que somos distintos?
No seguinte: as pessoas de sucesso fixaram metas sustentáveis, se motivaram suficientemente e se dedicaram com muita disciplina para o seu projeto. Nisso reside a grande diferença entre os seres humanos.
Nós somos dotados da capacidade de imaginar (de representar imagens) e isso independe da nossa inteligência (capacidade de compreender, de aprender).
Mas quem não se imagina num posto bastante importante, dificilmente chegará nele.
Recordemos Joubert: “A imaginação é o olho da alma”. Nosso espírito só experimenta progresso quando imaginamos esse progresso. Nós temos a capacidade de imaginar um milhão de coisas que nossos olhos não conseguiriam ver.
Podemos imaginar nosso triunfo, nosso sucesso, desde que venhamos a representar imagens positivas do que estamos fazendo. Tudo que conquistamos em nossas vidas primeiro existiu nas nossas imagens, nas nossas representações.
A realidade de sucesso é sempre antecedida da imaginação. Não existe sucesso por acaso. E se por acaso ele lhe aparece, dificilmente se torna sustentável. Do céu e sem nenhum esforço só cai chuva. Da terra sem nenhum trabalho só brota grama. O mais, é fruto da imaginação, da ação e da dedicação.
Quarta dica atribuída a Bill Gates: “Se você acha que seu pai ou seu professor são rudes, espere até ter um chefe. Ele não terá pena de você.”
Essa quarta dica nos conduz a refletir sobre a importância da disciplina na nossa vida. Em quase todas as vezes que nossos pais ou professores são rudes conosco, eles querem nos disciplinar. Os chefes (ao longo da nossa vida) se comportarão da mesma maneira. Prepare-se: assim é a vida.
Muitas vezes eles estão certos. Outras vezes não. De qualquer modo, sempre que não atendemos as expectativas dos outros que mandam no nosso destino, seremos cortados (eliminados) ou punidos.
Por quê? Porque, por experiência, sabemos que o sucesso acompanha normalmente os disciplinados. A indisciplina gera, frequentemente, insucesso. Há exceções a essa regra? Há. Mas o sucesso indisciplinado tende a ser insustentável.
Eugenio d’Ors dizia (segundo Faya Viesca): “Unicamente ganha o céu do poder quem passou pelo purgatório da disciplina”. Manifeste. Dê sua opinião.
O mundo real em que vivemos nos avalia pelo que fazemos. Logo, no mundo real não basta só você existir como ser humano. Logo que nascemos, só pelo fato de sermos seres humanos, contamos com uma série de direitos. Mas em geral são direitos potenciais. A realidade exige que você faça por merecer a conquista de muitos desses direitos.
Quando nascemos temos o direito, constitucionalmente assegurado, de possuirmos uma Ferrari ou um castelo. Não existe nenhuma proibição a quem quer que seja (no plano formal) de ser possuidor uma Ferrari ou de um castelo. Mas seguramente você não vai chegar à sua Ferrari ou ao seu castelo sem passar por muitos “fuscas” ou muitas casas ou moradias modestas.
Encontrar o seu lugar no mundo exige muito esforço e dedicação. Tudo talvez devesse ser diferente. Mas o mundo encantado da felicidade incondicional não existe. A vida é dura. O mundo é exigente.
A competitividade é inexorável. Em tudo. Somos mais de sete bilhões de pessoas habitando o mesmo planeta. Todos, desde o nascimento até a morte, lutamos e, quase sempre, também amamos. Porque a vida não é mais que nascer, lutar, amar e morrer. 
Terceira dica atribuída a Bill Gates: “Você não vai ganhar vinte mil dólares por mês assim que sair da faculdade. Você não será vice-presidente de uma grande empresa, com um carrão e um telefone à sua disposição, antes que você tenha conseguido comprar seu próprio carro e ter seu próprio telefone.”
Querer, planejar e não fazer é, em termos de resultado prático, a mesma coisa que não querer, que não desejar. A ação é sempre necessária. Sempre começando pelo menos, até se chegar ao mais. Para que nosso sucesso seja sustentável, devemos galgar todos os degraus passo a passo. A vida de sucesso não é feita de saltos. Eles podem acontecer. Mas se você não tem base boa, seu sucesso pode não ser sustentável.
A ação é fundamental. Mas antes dela vem a imaginação. Einstein dizia que [para o sucesso] a imaginação é mais importante que a inteligência. Em outras palavras, a faculdade de representar imagens, fantasias (a imaginação) é mais importante que a faculdade de aprender ou de compreender (inteligência).
Por quê? Porque você pode ser extremamente inteligente, mas não ter imaginação nenhuma. De outro lado, você pode imaginar pouco e, nesse caso, será difícil superar os limites do imaginado.
Mas o que é que nos credencia a olhar o mundo real (difícil) com otimismo (ou com realismo)? É o saber que já passamos por muitos momentos difíceis e não nos sucumbimos mortalmente. Graves perdas nas nossas vidas, desilusões, frustrações, por tudo isso todos nós já passamos.
Apesar de todos os problemas vividos, o certo é que estamos vivos e, em geral, com boa estabilidade emocional. Para otimizar nossa postura realista frente à dureza da vida não podemos nunca abandonar (esquecer) nosso estoque de vivências: o sentido comum, nossas experiências, as saídas que encontramos em cada situação para superá-la etc.
A experiência normalmente custa muito caro, mas é um patrimônio fantástico que possuímos. Para algo ela vale. Vale para fazer frente aos problemas novos ou recorrentes. A boa experiência serve sempre de GPS para o encontro de soluções.
A aventura de viver não nos permite deixar nunca de lutar e, sempre que possível, também de amar. Somos normalmente muito mais fortes do que os problemas com os quais nos deparamos. Equilíbrio emocional é necessário sempre. Quando acompanhado da crença de que podemos resolver nossos problemas, tudo está pronto para desfrutarmos de uma vida melhor.
“A imaginação dirige o mundo”, dizia Napoleão. Mas claro, desde que seguida da ação exitosa. De qualquer modo, uma coisa é certa: somente os seres humanos conseguem imaginar (fantasiar, representar imagens).
Da dica atribuída a Bill Gates (que vimos antes) resulta evidente que você deve começar de baixo. Mas não conseguirá muita evolução, se você se imagina e se contenta com pouco.
Outro detalhe muito importante: existe a imaginação proativa (positiva) assim como a negativa. Nós temos capacidade para imaginar tudo: o bem e o mal, o sucesso e o insucesso (e até mesmo o fracasso). Podemos imaginar uma esperança assim como um temor.
Tanto podemos usar nossa imaginação para construir um castelo, como para destruir nosso equilíbrio emocional. Esse é o cuidado que temos que ter quando lidamos com a imaginação.
Ela pode ser uma ferramenta poderosa de sucesso, assim como uma ponte para a desgraça, quando ficamos imaginando (sempre) o pior.

Outra inclinação terrível da natureza humana é a de imaginar (quase sempre) o pior, não o melhor. É incrível como a natureza humana tende a ser mais pessimista (em geral) que otimista.
Rivarol (citado por Faya Viesca) dizia: “É mais fácil para a imaginação compor um inferno com a dor que um paraíso com o prazer”.
O prazer, por força de tradições religiosas, parece um interdito (algo proibido) em nossa vida. Parece um pecado. Essa pode ser uma das origens dos nossos pensamentos mais negativos que positivos.
Temos muito mais facilidade de imaginar o inferno que o paraíso, visto que “os prazeres que podemos desfrutar no presente nada são diante do inferno de uma imaginação que nos representa somente o mal, a desgraça e o insucesso” (Faya Viesca).

Há muita gente que sofre de um mundo de males que nunca acontecem. Na base desse sofrimento está a imaginação. Shakespeare dizia que “a natureza não é bastante rica para rivalizar com a magnificência da imaginação”.
A natureza (o universo) pode muita coisa (é forte, tem sua magia), mas a imaginação (do ser humano) pode mais. “Os temores presentes são menos horríveis que os inspirados pela imaginação” (Shakespeare).
As desgraças atuais têm tamanho certo, são mensuráveis. Os temores futuros são infinitos (desmedidos, monstruosos). Com muita facilidade transformamos temores incertos em monstros de sete cabeças. Muitas vezes sem nenhuma base empírica, sem nenhum fundamento na realidade.
O melhor a fazer com nossa imaginação é construir, com ela, nossos castelos. Devemos usar, portanto, o lado bom da imaginação, seu lado construtivo, criador, inspirador, fazer dela uma ponte para o sucesso (não para o fracasso).
A imaginação é muito relevante para o êxito dos nossos empreendimentos, para a nossa boa saúde, para nosso equilíbrio emocional (Faya Viesca).

LUIZ FLÁVIO GOMES

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