quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Filosofia é usada como guia para viver melhor - Parte 5

Espere o pior de tudo. Assim, você ficará muito mais feliz quando as coisas derem certo.





“Quantas vezes o dia transcorreu como planejado?”


Sêneca (4 a.C. — 65 d.C.) escreveu vários textos com orientações sobre como lidar com o fracasso para alcançar o sucesso, que ele mesmo não chegou a ter. A vida do filósofo foi longa e difícil. Político promissor, interrompeu a carreira aos 20 anos por causa de uma tuberculose. Ao se recuperar, foi condenado ao exílio. Estava lá quando um terremoto destruiu Pompeia e um incêndio botou Roma abaixo. Acabou sendo eleito o instrutor do imperador Nero, apenas para ser condenado à morte por seu discípulo — foi orientado a cortar as próprias veias do braço, sob acusação de participar de uma conspiração. Não funcionou. Sêneca, então, tomou veneno. Também não foi eficiente. Acabou se internando em uma sauna, até morrer por desidratação.

Apesar de todas as dificuldades, Sêneca, um dos mais conhecidos filósofos romanos, não era um homem amargurado. Ele percebeu que os fracassos são inevitáveis, e que o segredo das pessoas mais bem-sucedidas é saber lidar com eles.

A ideia é: já que os problemas inesperados são os que mais nos atingem, esteja preparado para o pior. Sempre que você entrar em um avião ou carro, saiba que aquela pode ser sua última viagem. Se não for, aproveite uma nova oportunidade para explorar a vida ao máximo. “Descobrir que as fontes de satisfação estão além de nosso controle e que o mundo não funciona da forma como gostaríamos é um choque de infância de que muitos não se recuperam”, diz o filósofo britânico Marcus Weeks, palestrante da Escola da Vida, em Londres.

Para Sêneca, frustrações todos temos, o segredo é saber lidar com elas sem raiva, ansiedade, paranoia, amargura ou autopiedade. Precisamos manter o senso de realidade para não sucumbir à tentação de culpar os outros por tudo o que dá errado conosco.

O sucesso, diz Sêneca, consiste em manter a paciência diante dos problemas que fogem do nosso controle, e focar no que, de fato, depende de você. Para isso, ele fazia um exercício: antes de dormir, listava suas frustrações, os insultos que havia escutado ao longo do dia e como havia se saído disso.

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